A Cultura do Medo é ainda o modus operandi de muitas empresas que, na busca por potencializar seus resultados, utilizam o medo como ferramenta.
A forma de agir dentro da Cultura do Medo é, muitas vezes, a de exigir por meio de intensa pressão psicológica que o colaborador atinja a qualquer custo as metas estabelecidas e seja altamente produtivo.
Dentre os valores impostos pela Cultura do Medo estão o micro gerenciamento, a humilhação, ameaças e persuasão. As ferramentas de gestão são articuladas por meio de ameaças de dispensa, políticas de represália, boicotes e avaliações voltadas para a punição, humilhação e degradação do colaborador.
Além disso, a Cultura do Medo geralmente está associada a um ambiente de trabalho em que:
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Cada profissional está focado nas suas próprias metas e objetivos diários, pois se não alcançarem os resultados esperados podem perder o emprego;
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No lugar da colaboração se estabelece uma alta competitividade;
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As pessoas têm medo de dizer a verdade, porque sabem que não serão ouvidas, o que inclui não relatar problemas relacionados a assédio ou conduta inadequada por parte de outros colaboradores;
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Falta confiança entre colaboradores e lideranças, o que reflete em uma forma de gerenciamento pautado em uma série de políticas e procedimentos muitas vezes incompreensíveis para os colaboradores e que não geram resultados.
Os pontos 1 e 2 acima revelam que a Cultura do Medo também está ligada à Cultura do Eu, onde é “cada um por si” no ambiente de trabalho, impedindo a colaboração, inovação e troca de experiências entre profissionais, fundamentais para o crescimento de uma organização.
Além disso, a Cultura do Eu vai de encontro a Cultura do Nós, que preza por objetivos em comum e metas estabelecidas para a equipe visando o crescimento da organização como um todo e o alcance de resultados em conjunto.
O reflexo da Cultura do Medo
O reflexo da Cultura do Medo acaba sendo o oposto do alcance de resultados, impactando negativamente o engajamento dos colaboradores. Isso porque, profissionais desmotivados diminuem o ritmo de trabalho, não se interessam pelos assuntos da empresa e perdem o sentimento de pertencimento à organização.
Com pessoas menos motivadas e engajadas, a rotatividade de profissionais tende a aumentar, ou seja, as pessoas vão buscar em outras empresas um ambiente de trabalho mais saudável.
De acordo com o relatório O alto custo de uma cultura tóxica no local de trabalho, produzido em 2019 pela Sociedade Estadunidense para Gerenciamento de Recursos Humanos (em inglês, Society for Human Resource Management – SHRM), entre 2014 e 2019, um em cada cinco estadunidenses deixaram seu trabalho por causa da cultura organizacional tóxica de suas empresas.
O custo da rotatividade de profissionais por conta desse tipo de cultura é estimado em 223 bilhões de dólares, ainda segundo o relatório, que também revela que 36% das pessoas entrevistadas têm medo de ir ao trabalho.
Por essa razão, é impossível obter colaboração e inovação de pessoas que estão constantemente lutando para sobreviver no ambiente corporativo e com medo de perder o emprego.
A Pirâmide de Maslow e a Cultura do Medo
A Pirâmide de Maslow, também chamada de Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas, criada pelo psicólogo estadunidense Abraham Maslow (1908 – 1970), mostra como a Cultura do Medo provoca resultados contrários ao produtivo e é extremamente prejudicial à organização.
Segundo ele, as pessoas possuem uma série de necessidades que se sobrepõem umas às outras dentro de uma hierarquia. As necessidades que estão na base da Pirâmide de Maslow são as mais urgentes e fundamentais para a sobrevivência de uma pessoa.
Fonte: blog da Opinion Box
Em seguida vem a segurança, os relacionamentos, a autoestima e, por último, a realização pessoal em todas as suas esferas – financeira, profissional e relacional. Uma pessoa só conseguirá atingir os próximos níveis da hierarquia ao suprir as necessidades anteriores.
Em um ambiente de trabalho pautado pela Cultura do Medo, o profissional está lutando para sobreviver e manter o seu trabalho, assim não existe espaço para a busca de outros níveis, como o desenvolvimento profissional, a busca pela inovação e novas habilidades.
Além disso, é importante entender que uma pessoa não trabalha apenas para suprir as necessidades mais básicas, como moradia e alimentação. Ela também precisa de motivações diferentes para alcançar a sua realização profissional e pessoal, representada pelo topo da Pirâmide de Maslow.
Portanto, conforme as primeiras necessidades vão sendo preenchidas, o profissional busca outras motivações para alcançar os próximos níveis, até atingir a auto-realização, ou seja, o topo. Isso inclui a expansão da criatividade, novas habilidades profissionais e o desenvolvimento pessoal.
Na Cultura do Medo, o profissional estará sempre nos primeiros níveis, buscando preencher as necessidades mais básicas e de segurança, que envolvem, principalmente, a segurança financeira.
Daí a importância de se criar um ambiente de trabalho saudável, estável e seguro, no qual os colaboradores se sintam motivados e confiantes para buscar outros níveis e etapas de realização na sua vida profissional.
A Pirâmide de Maslow e uma nova Cultura Organizacional
Portanto, a Cultura Organizacional de uma empresa deve ter valores e missões pautados em uma conexão verdadeira com as pessoas que compõem a organização, a fim de que elas se sintam parte do negócio e que percebam que estão realmente contribuindo para o crescimento e alcance de metas.
Realizar a mudança da Cultura do Eu para uma Cultura do Nós é fundamental.
Na Cultura do Nós, as necessidades individuais de cada profissional também devem ser preenchidas. Ao mesmo tempo em que é importante que todos se sintam parte de uma mesma organização e possam ter seus talentos valorizados e aplicados de maneira assertiva para o crescimento do negócio como um todo, bem como para a busca por melhores resultados.
O Instituto Mudita trabalha para que as organizações possam abandonar a Cultura do Medo e construir a Cultura do Nós, mais acolhedora, inovadora e que gera resultados efetivos.
Por meio da nossa Consultoria para fortalecer a Cultura Organizacional, é possível fazer esse shift, a transformação da Cultura Organizacional da sua empresa, começando pelas lideranças até refletir em todas as pontas da organização.
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