Você sabe o que é o “Burnout”, essa palavra tão escutada nos dias de hoje?
O Ministério da Saúde brasileiro descreve o Burnout como:
“Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.”.
O termo é derivado do inglês, em que “burn” significa queima e “out” fora/exterior.
Dentro de um ambiente de trabalho, algumas das causas desta síndrome podem ser: metas inatingíveis, ameaças, situações de assédio, desrespeito por parte de lideranças, liderança por medo, entre outras práticas.
Os sintomas da Síndrome de Burnout envolvem problemas físicos, como enxaqueca, dores de estômago, cansaço excessivo, insônia, palpitação, além de irritabilidade extrema, mudanças bruscas de humor e problemas psicológicos que podem desencadear depressão e ansiedade.
No dia 1 de janeiro de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a reconhecer a Síndrome de Burnout como doença do trabalho, caracterizada como estresse crônico de trabalho, e não mais como um quadro psiquiátrico.
Com a nova caracterização por parte da OMS e, também, pelo Ministério da Saúde, profissionais que apresentarem um quadro de Burnout poderão pedir afastamento pelo Instituto Nacional do Seguro Social brasileiro, o INSS, ou pedir reparação por meios judiciais.
Os profissionais podem comprovar um quadro de Burnout mediante a apresentação dos seguintes documentos:
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Laudo e relatório médico fundamentados;
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Descrição do médico no relatório dos fatores que desencadearam a síndrome;
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Documentação pessoal e profissional.
Diante dessa situação, o empregador deve emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), como previsto na Lei de número 8.213/1991, que garante, após alta médica, estabilidade provisória no emprego por um ano.
Cultura organizacional e Síndrome de Burnout
Você também deve estar se perguntando, mas o que a Síndrome de Burnout tem a ver com a Cultura Organizacional de uma empresa? Tudo.
Em um contexto organizacional, o Burnout pode afetar as relações interpessoais no ambiente de trabalho, interferindo no clima, na qualidade e performance do colaborador, aumentar a taxa de rotatividade dos funcionários (“turnover” em inglês) e absenteísmo, podendo até mesmo provocar acidentes de trabalho.
Os valores pautados pela Cultura Organizacional de uma empresa devem garantir um ambiente de trabalho saudável e seguro a todos os seus colaboradores.
De acordo com uma pesquisa realizada em 2019 pela Harvard Business Review, 16.8 bilhões de dólares são perdidos a cada ano em produtividade no ambiente de trabalho por causa de doenças emocionais e psicológicas, aumentando também a rotatividade dos profissionais.
Mas como transformar a Cultura para criar um ambiente mais acolhedor, saudável e seguro? Por meio de lideranças que estabeleçam relações pautadas no respeito, confiança e na comunicação transparente, que valorizem a Cultura do “nós”, em detrimento da Cultura do “eu”. Ou seja, líderes que valorizem o que é melhor para a organização como um todo, e não o que é melhor somente para si. Portanto, uma liderança que estimula a cooperação, colaboração, que foca nos pontos fortes e no potencial da equipe.
Uma Cultura Organizacional pautada no desrespeito por parte dos líderes, gera situações estressantes para o profissional, o que pode resultar na Síndrome de Burnout, mas também em depressão e ansiedade, já que muitas pessoas só se sentem úteis e valorizadas por meio da conexão com o trabalho.
E não estamos falando apenas de benefícios ao trabalhador, como flexibilidade da carga horária, modelo de trabalho híbrido, entre outros fatores que também são importantes, mas do respeito aos limites do profissional, de encorajamento, criação de equipes colaborativas, abandono de práticas exploratórias, discriminatórias e de um ambiente de trabalho tóxico como um todo.
Daí a importância de conectar a gestão de pessoas com a Cultura Organizacional da empresa, para que as lideranças apresentem um olhar mais humano, atento às necessidades reais da sua equipe.
Para isso, é importante que pessoas em cargos de liderança, como gestores, coordenadores, gerentes e diretores, possam receber orientações por meio de palestras, cursos de gestão pessoal e outros treinamentos voltados para uma Cultura Organizacional que preza pelo respeito ao colaborador. Tais treinamentos visam ensinar os líderes a:
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Ter a habilidade da escuta ativa, estando abertos a ouvir de forma plena as contribuições dos colaboradores;
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Respeitar o tempo de cada colaborador para responder emails e ligações;
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Estar sempre atento sobre como cada colaborador se sente, como está sua saúde, além de ter um cuidado mais humanizado com cada membro da equipe;
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Traçar metas e objetivos realísticos sem colocar pressões excessivas e desnecessárias;
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Proporcionar todas as ferramentas necessárias para que os profissionais se sintam confiantes, valorizados e possam alcançar as metas planejadas.
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Reforçar os pontos fortes de cada colaborador e direcionar tarefas alinhadas ao seu perfil comportamental, de forma a utilizar o seu melhor para os resultados da empresa;
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Eliminar a Cultura do medo no ambiente de trabalho, que gera comportamentos reativos por parte dos colaboradores e de pouca contribuição;
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Construir uma Cultura de inovação, que traz a visão sistêmica e a importância de todas as pessoas para a empresa atingir seus objetivos.
Com uma mudança de comportamento por parte dos líderes, o ambiente de trabalho se tornará mais seguro e mais aberto para a construção de equipes engajadas e colaborativas, com profissionais saudáveis, valorizados e orientados à performance.
Outras ações que podem ser realizadas para amenizar situações estressantes no ambiente de trabalho são:
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Treinamentos de autoconhecimento, para que tanto líderes, como colaboradores, se conheçam, se entendam e se respeitem;
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Reuniões curtas e com objetivos claros. Quando longas, incluir na programação pausas para alongamento e lanche;
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Feedbacks construtivos e com uma abordagem vertical, de líder para colaborador e de colaborador para líder;
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Alinhar prazos dos projetos com os colaboradores de forma a verificar a viabilidade;
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Foco na entrega e performance, não somente nas horas trabalhadas.
Ao realizar essas pequenas ações dentro da sua empresa, você estará eliminando qualquer possibilidade de ter um ambiente de trabalho tóxico e estará focado em construir equipes mais inovadoras, fortalecidas e com potencial de entrega maior para o alcance de metas.
O Instituto Mudita é especializado na construção, fortalecimento e revitalização de Culturas Organizacionais. Nosso foco é trabalhar lado a lado com o empreendedor na construção de Culturas mais inovadoras, consequentemente minimizando problemas no ambiente de trabalho que possam desencadear a Síndrome de Burnout. Nós também abordamos as lideranças, trabalhando para que elas se desenvolvam em lideranças fortalecidas, autônomas e focadas em gestão pessoal que certamente influenciarão na construção de um ambiente de trabalho pautado no respeito, transparência e colaboração.
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