Diferente do que muitos pensam, o modelo de negócios é muito mais do que apenas como a sua empresa faz dinheiro. É estruturar como a sua empresa cria, entrega e captura valor para o seu cliente.
Isso vai definir todo o seu negócio, a experiência que você entrega para o seu cliente e como ele irá perceber valor naquilo que você oferece, além de estruturar toda a sua empresa, facilitando processos de precificação, contratação e parceria. Este processo auxilia o poder de inovação do negócio e é comum que empreendedores encontrem novas formas de entregar seus produtos e serviços com maior valor para seus clientes.
Não existe receita para um modelo de negócios. Para cada empresa, o seu negócio será único. Mas a metodologia para o desenvolvimento do modelo de negócios, criada por Alex Osterwalder e Yves Pigneur em seu livro “Business Model Generation: Inovação em Modelos de Negócios” de 2010, é a partir do Canvas, este quadro abaixo onde você estrutura todos os pontos-chave da organização e define o seu futuro.
Modelo de Negócios é apenas para novas empresas?
Não! O modelo de negócios é adaptável e irá mudar durante o crescimento da sua empresa. É extremamente importante que empreendedores revisitem seus modelos de negócios ao longo do tempo. Isso aumenta o poder de inovação da empresa e diminui as chances da sua entrega de valor tornar-se obsoleta frente ao mercado.
12 tipos comuns de modelo de negócios
Ao procurar na internet sobre o assunto, é possível que você encontre uma infinidade de tipos de modelos de negócios. Isso acontece porque eles se adaptam e renovam ao longo do tempo, surgindo constantemente outras possibilidades principalmente através das empresas inovadoras e disruptivas.
Mas essas definições são apenas uma forma de guia de como será o seu modelo de negócio, e por isso não deve restringir suas informações ou decisões ao longo do processo.
O melhor modelo é aquele que faz sentido para o seu negócio, que respeita os seus propósitos e que consegue gerar valor para o seu cliente, e de preferencia superar suas expectativas, de forma a capturar valores cada vez mais interessantes para a sua empresa.
Abaixo para ampliar a sua percepção sobre o seu negócio resolvemos listar alguns modelos para que você possa, olhando para o seu negócio, gerar novos insights e possibilidades.
E caso você ainda esteja na fase inicial de estruturação do seu negócio esta relação pode mudar ou mesmo somar para você formatar o modelo de negócios certo para a sua ideia de empresa.
Antes de ir para os tipos de modelo de negócio é importante reforçar que o seu negócio pode ser construído também utilizando mais de um modelo de negócios. Por exemplo, dentro do Instituto Mudita temos soluções para B2C e B2B gerando a necessidade de olhar e estruturar estes dois modelos de negócios, já que a forma de criar, entregar e capturar valor são diferentes em cada modelo. Agora vamos lá!
• Modelo B2C
Esse é talvez o mais encontrado entre as empresas. B2C é uma sigla comum no mundo dos negócios e significa “Business to Consumer”, ou “Empresa para Consumidor”.
Este modelo é baseado na venda direta de produtos ou serviços para o consumidor. Normalmente indica vendas simples, de ticket médio mais baixo, e é muito encontrado no varejo.
Exemplos: Carrefour, Extra, Fast Shop.
• Modelo D2C
O modelo Direct to Consumer (Direto ao Consumidor) é muito usado pela indústria, onde a empresa vende diretamente ao consumidor final. Ou seja, ela é detentora do meio de produção e logística, e consegue entregar custos mais baixos para os seus clientes.
Exemplos: Outlets, montadoras de carros, lojas de fábrica.
• Modelo B2B
Business to Business, ou Empresa para Empresa, é o modelo de negócios para quem vende produtos e serviços diretamente para outros negócios. Desde matérias-primas, softwares e até terceirização de áreas inteiras como Recursos Humanos, muitos negócios se beneficiam deste modelo pois toda empresa precisa ter uma vasta rede de parceiros e contratados para existir.
Exemplos: fabricantes de produtos, atacadistas, empresas de sistemas, prestadores de serviços para empresas.
• P2P
O modelo Peer to Peer (Pessoa para Pessoa) se resume a empresas que irão ser intermediárias de alguma comunicação entre pessoas. Normalmente a monetização desde tipo de modelo de negócios é por meio de anúncios ou taxas de intermediação.
Exemplos: OLX, Biva, Peer BR, Wish.
• Franquia
Esse também é muito conhecido pelos empreendedores. Com o modelo de franquia, o empreendedor contrata toda uma estrutura para sua empresa, terá fornecedores definidos, tem apoio para vendas e marketing, mas vem com algumas restrições em relação ao uso da marca, produtos oferecidos e até arquitetura. Nestes casos, é importante entender muito o perfil do consumidor da marca que está pensando em contratar a franquia e como será o seu alcance à estas pessoas.
Muitas lojas nascem com um modelo de negócio e acabam transformando para o modelo de franquia ao longo do seu crescimento e expansão para outras localidades.
Exemplos: Boticário, McDonald’s, Paleteria Paulista, CCAA.
• Assinatura
Muito comum atualmente em serviços online, este modelo já vinha sendo adotado por jornais e revistas há muito tempo. Neste modelo você cobra uma mensalidade ou anuidade pela entrega constante de um produto ou serviço.
Exemplos: Netflix, Amazon Prime, Veja, Folha de São Paulo.
• Freemium
Este modelo consiste em oferecer um serviço gratuito que recebe um upgrade ao contratar o Premium. Uma evolução do Freeware, é principalmente usado por empresas de software e streaming e seu nome surgiu da união das palavras Free + Premium.
Para ser uma empresa lucrativa com este modelo de negócio, é importante que a empresa calcule seus custos com muita precisão, conseguindo cobrir os gastos dos usuários Free com o valor pago pelos usuários Premium. Muitas incluem anúncios junto ao plano gratuito para não deixar de gerar receita com estes clientes.
Exemplos: Spotify, Rappi, Endomondo, Tinder.
• Isca e Anzol
Empresas com este modelo de negócio possuem duas linhas de produtos/serviços que se complementam: uma onde entregam algo de alto valor agregado, minimizando sua margem de lucro, para depois vender constantemente itens essenciais para o seu funcionamento com uma alta margem de lucro. Este modelo busca fidelizar o consumidor, fazendo com que ele volte constantemente à empresa para manter seu produto sempre funcionando perfeitamente.
Exemplos: cafeteira Dolce Gusto e suas cápsulas, impressoras e cartuchos de tinta.
• Negócios Sociais
Estes negócios buscam algo além do lucro. Vendem produtos e serviços com foco em manter sua operação e reverter os ganhos para a sociedade de alguma maneira. Diferente de ONGs, os negócios sociais realmente entregam algo em retorno para seus consumidores, sem a necessidade de doações. Possuem funcionários que recebem salários e não apenas voluntários, e uma hierarquia similar às empresas comuns.
Exemplos: Solidarium, Banco Pérola, Rede Asta.
• SaaS
Os negócios que se enquadram como SaaS (Software as a Service) são todas de tecnologia, mais precisamente de software. Desde desenvolvimento, suporte, manutenção e licenciamento, essas empresas não apenas entregam um sistema, mas toda a infra-estrutura para o seu funcionamento correto e tornam-se a garantia de que tudo está atuando da maneira esperada. Por isso o nome: software como um serviço, e não apenas um produto a ser comprado.
Exemplos: Salesforce, Conta Azul, Netsuite, Resultados Digitais.
• Marketplace
A Amazon foi a grande precursora deste modelo de negócios que hoje é adotado por grandes varejistas em todo o mundo e vem se tornando cada vez mais comum no Brasil.
Para os grandes players do mercado, o marketplace é a plataforma intermediária entre lojas com consumidores. Isso aumenta sua variedade de produtos e diminui a necessidade por grandes espaços para estocagem, deixando por conta do lojista a obrigação de enviar os pedidos. Porém inclui riscos por muitas vezes não haver curadoria nas lojas e produtos que estão sendo incluídos em seu guarda-chuva, o que pode manchar a imagem da marca do marketplace e gerar um alto número de atendimentos na pós-venda.
Para os pequenos players, este modelo de negócio surge como um importante canal de comunicação e facilitação. Diminui a necessidade da criação de um ecommerce próprio, retira a comunicação com operadoras de cartão de crédito e aumenta suas chances de acesso por compradores por aproveitar o alto número de usuários do marketplace. Os riscos estão em ter a loja desligada pela empresa principal, já que esta pode tomar este tipo de decisão sem muitos critérios, ou até de desligamento do site em si.
Exemplos: Americanas.com, Submarino, Amazon, Mercado Livre
• Plataforma Multilateral
Este tipo de modelo de negócios é, normalmente, muito escalável. A empresa que adota este modelo atende dois grupos distintos de clientes que geram valor ao interagir entre si.
O modelo de Plataforma Multilateral necessita da interação entre esses dois grupos distintos e precisa gerar valor para os dois de maneiras diferentes. É comum que, neste modelo, a empresa ofereça gratuitamente o serviço para um dos grupos, ou benefícios para que este grupo se inscreva primeiro, para então chamar a atenção do segundo grupo por conta da demanda gerada.
Atualmente este modelo tem sido alvo de muitas discussões do âmbito trabalhista. Os benefícios financeiros atraem muitos trabalhadores, que buscam uma forma fácil de gerar renda, mas que não possuem vínculo algum de trabalho com a empresa, minimizando direitos e seguranças para os profissionais, enquanto geram muito lucro para a plataforma e diminuem custos para quem aproveita o serviço.
Exemplos: Uber, iFood, Rappi, Jornal Metro
Não encontrou o modelo de negócios perfeito para a sua empresa?
Não se preocupe. Há uma infinidade de tipos de modelos de negócios no mercado, e é sempre possível criar um novo.
E se ainda está em dúvida sobre como montar seu modelo de negócios ou deseja rever o que a sua empresa já possui, o Instituto Mudita pode te ajudar neste processo.
A Jornada de Criação e Inovação de Negócios visa apoiar empreendedores, tanto no início do desenvolvimento do seu negócio, quanto empreendedores maduros que buscam inovar na empresa atual ou criar novos negócios.
Em um mundo no qual precisamos estar extremamente conectados com as mudanças e nos adaptando rapidamente, se apropriar de uma metodologia ágil e prática para criar e recriar o modelo de negócio, é fundamental para garantir a consolidação, crescimento e sustentação da empresa a longo prazo.
Nossa proposta é empoderar o empreendedor com todos estes conhecimentos para construir um olhar mais estratégico e fundamental para gerir, inovar e acompanhar as necessidades e mudanças do mercado.
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