Cultura organizacional para startups: o que muda? Ir para o conteúdo principal

Cada vez mais a Cultura Organizacional é discutida. Sua importância é comprovada quando percebemos os resultados positivos de empresas que fortaleceram sua cultura. Um estudo da LRN Corporation indica que dois terços das empresas de “alta performance” são baseadas em propósito e cultura e 70% delas conseguiram novos negócios, e até aumentar seu valor na bolsa de valores, por conta do propósito.

Startups não são diferentes. Apesar de possuir modelos de negócios disruptivos e crescimento acelerado e escalonável, as startups são feitas de pessoas e precisam fortalecer sua cultura organizacional.

O nascimento da cultura organizacional

Toda empresa nasce com uma cultura organizacional. Baseada nos seus fundadores, essa cultura em empresas maduras costuma se desenvolver lentamente. Por muito tempo os sócios ficam sozinhos no negócio, cuidando de áreas diferentes, construindo cada um a sua própria cultura dentro da mesma empresa. Ao longo dos anos, conforme a empresa vai crescendo e contratando, fica cada vez mais claro a divisão na cultura do negócio, que seguiu os sócios sem um alinhamento.

Para startups a realidade é muito diferente. Apesar de iniciar com a cultura dos seus sócios, o seu crescimento acelerado e exponencial exige a entrada rápida de: investidores, que chegam com poder de decisão sobre o negócio; lideranças, que trazem consigo a cultura de outros lugares que trabalhou; e colaboradores, que possuem perfis, talentos e valores diferentes.

E, apesar de muitas startups se preocuparem muito com o ambiente, marca e experiência, a maioria foca seus esforços no desenvolvimento de um modelo de negócios disruptivo, tecnologia avançada e crescimento exponencial da sua carteira de clientes, deixando em segundo plano os esforços para criar uma cultura organizacional que consiga suportar todo o seu progresso.

O que acaba acontecendo é um aumento desproporcional no número de conflitos internos, departamentos que não conseguem se comunicar uns com os outros, queda no engajamento geral, equipes que se identificam mais com suas lideranças do que com a empresa, uma entrega de experiência variável para o cliente dependendo de quem o atende e sua necessidade e baixa retenção de talentos por conta da falta de identidade e de todos os problemas anteriores.

Lição do Vale do Silício: quanto mais cedo você olhar para a cultura do negócio, melhor será o seu futuro!

Um estudo publicado na California Management Review avaliou 200 startups do Vale do Silício durante 8 anos para analisar o efeito da cultura nos seus resultados. Sua conclusão foi que as empresas que não focaram esforços iniciais de um plano organizacional alinhado ao seu propósito foram afetadas pela cultura gerada e tiveram que adotar grandes medidas para alterá-la, enquanto 75% dos negócios que focaram a construção da cultura organizacional desde o começo obtiveram resultados positivos, contribuindo para o seu crescimento.

Cultura organizacional vai muito além do ambiente e ações pontuais

Startups são espaços muito atrativos para profissionais, especialmente talentos. Normalmente possuem espaços mais descontraídos, oferecem benefícios diferentes e salários acima da média do mercado.

Mas a falta de alinhamento da cultura organizacional afeta rapidamente colaboradores, lideranças, empreendedores e investidores. Especialmente quando falamos das necessidades de uma startup:

• Equipes autônomas: os colaboradores sentem muita dificuldade em se autogerenciar, pois não possuem clareza do caminho que devem tomar e falta de processos estruturados, o que leva as lideranças a tomarem decisões e implantar sua própria cultura em suas equipes, além de serem sobrecarregadas com muitas tarefas de micro gerenciamento e não conseguirem focar seus esforços para olhar estrategicamente o negócio.

• Processos menos burocráticos: na busca por simplificar e agilizar a empresa, ou até medo de engessar as equipes, muitos empreendedores e lideranças deixam de estruturar seus processos. Isso causa muito retrabalho, diminui a autonomia dos colaboradores, sobrecarrega lideranças, piora a comunicação entre departamentos e não entrega uma experiência uniforme para o cliente. Mas é possível desenvolver processos que não deixem a sua empresa engessada e não aumentem a burocracia do dia a dia, e é extremamente importante defini-los para que o negócio alcance maior poder de inovação, mais agilidade de resposta frente a desafios e menos conflitos internos.

• Retenção de talentos: apesar de atrair muitos talentos, startups que não alinharam sua cultura organizacional tendem a reter poucos ao longo do tempo. E como o crescimento deste tipo de empresa é muito acelerado, é comum que não haja tempo para desenvolver os talentos, precisando contratar profissionais avançados por altos valores e com entrega de muitos benefícios, mas que duram pouco na organização por não se identificarem com o seu Propósito e sua cultura, que não estão alinhados.

• Entrega rápida de resultado para investidores: para conseguir atingir o nível de exigência, é preciso que todos os pontos anteriores estejam resolvidos. A falta de alinhamento da cultura organizacional causa problemas em toda a cadeia produtiva da empresa, diminuindo seus resultados e desmotivando cada vez mais seus colaboradores e lideranças. Também fica difícil identificar os problemas, pois existe muita interferência na comunicação e objetivos de cada equipe.

• Experiência extraordinária para o cliente: sem alinhamento da cultura, a experiência entregue ao cliente torna-se irregular, diminuindo sua satisfação. Desde a qualidade no atendimento desde a real entrega do produto ou serviço, a cultura organizacional auxilia todos os envolvidos com o negócio a manterem a busca pela qualidade, pois entendem o que estão entregando, por quê estão entregando e como devem entregar. Essa uniformidade não pode ser criada em um ambiente caótico onde cada um toma suas decisões e impõe seus próprios valores, mas sim em um ambiente controlado e unido.

Não olhei para a cultura organizacional no começo do negócio: e agora?

Existe solução! Apesar de ser um esforço maior, vale a pena você ainda olhar para a sua cultura organizacional e alinhar todos os seus pontos, fortalecendo o Propósito da organização e reforçando seus valores em prol de uma visão de futuro.

Primeiro devemos olhar para os empreendedores que começaram o negócio e compreender o que os motivou a abrir a empresa e seguir este desafio. Assim, entendendo os sócios, podemos entender que cultura nasceu junto com a empresa e como ela será aplicada.

Este processo irá definir seu Propósito Maior. Muito mais do que a missão, visão e valores, o Propósito é o que move a sua empresa, o que ela quer atingir e que impacto ela deseja gerar para a sociedade. Este Propósito deve guiar todas suas decisões a partir deste momento.

Depois devemos identificar a cultura vigente. Quais seus pontos positivos e negativos? O que reforça cada um deles? Quais rituais, símbolos e costumes estão presentes hoje na sua organização?

É essencial que todo o processo de alinhamento da cultura organizacional seja baseado na empatia, ou seja, muito diálogo e compreensão. Entenda as dores dos seus colaboradores, suas expectativas, sonhos, desejos, o que sentem em relação à empresa. Analise seus clientes, parceiros e fornecedores e veja como eles estão conectados, quais os seus valores, como estão suas entregas e exigências.

Agora prepare suas lideranças, alinhando-as ao Propósito e a nova cultura organizacional, fortalecendo seus talentos e valores para que consigam transmitir os da empresa. De agora em diante, os líderes devem ser os guardiões da cultura, exemplos do que o negócio acredita e vive. Este processo é extremamente delicado, pois exige se aprofundar em cada líder, identificando seus perfis de liderança, talentos, valores, rever atitudes, desenvolver habilidades.

As contratações, de agora em diante, devem ser feitas olhando para a integração deste novo profissional na sua cultura organizacional e planejar um processo de entrada na empresa onde ele seja informado sobre a cultura vigente e preparado para a sua participação no negócio.

Informe a todos sobre as mudanças. De colaboradores até clientes, todos devem estar cientes que uma nova cultura está sendo implantada. Promova workshops e ações que reforcem a nova cultura e explique em detalhes a transformação que está acontecendo. Defina novos rituais, símbolos e costumes que irão fortalecer a cultura e unir colaboradores e equipes.

Você não precisa passar por este processo sozinho!

Lembre-se que pedir ajuda é essencial! O Instituto Mudita é especializado em Propósito, abrangendo temas como liderança, cultura organizacional, olhar estratégico para o negócio e relacionamento dentro da empresa.

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