Cultura e Liderança: os motores do crescimento do seu negócio Skip to main content

O crescimento de uma empresa é sinal de sucesso e competência, mas também traz desafios significativos, especialmente no que diz respeito à liderança.

Muitas organizações enfrentam um dilema quando a gestão tradicional, com velhos hábitos e, muitas vezes, familiar, entra em choque com os novos líderes e colaboradores que trazem culturas e práticas externas.

É o que o mercado chama de “sopa cultural”, composta por pessoas de diferentes organizações que passam a fazer parte de uma só.

Este artigo abordará como alinhar todos os níveis de liderança para acompanhar o crescimento da empresa e promover uma mudança cultural que reflita os novos tempos, valorizando a história e o legado dos fundadores.

O choque entre lideranças

Lideranças tradicionais, frequentemente, carregam sabedoria e experiência acumuladas ao longo dos anos, mas também podem manter métodos que já não são eficientes no contexto atual. A gestão familiar, comum em empresas de pequeno e médio porte, tende a valorizar a confiança e a lealdade, no entanto pode falhar em não adotar práticas mais modernas e de alta performance.

Por outro lado, novas lideranças costumam introduzir visões e práticas inovadoras, inspiradas por culturas empresariais sintonizadas com as demandas globais e atuais. O desafio é integrar essas novas ideias sem desestabilizar a estrutura existente da empresa. É crucial que as novas lideranças entendam a cultura da organização e consigam balancear a inovação com o respeito às tradições que ainda são válidas.

Mas será que todas as empresas tem esse cuidado? Luzia Martinez, consultora, mentora e facilitadora dos nossos treinamentos corporativos, com mais de 30 anos de experiência na formação e geração de equipes de alta performance, garante que não:

“O sonho de um negócio normalmente inicia com pouquíssimas pessoas fazendo o que sabem fazer de melhor e aprendendo com os desafios do dia a dia. Aos poucos, o negócio prospera e surge a necessidade de contratar parceiros e colaboradores que possam dar continuidade ao sonho. Porém, neste crescimento, é comum a empresa se preocupar somente com a área comercial e com as questões burocráticas, contábil, operacional e administrativa”.

E a gestão de pessoas, como é que fica?

Neste aspecto, Luzia ressalta que “a parte de pessoas sempre fica para depois e assim vão tocando do seu jeito, do jeito que sempre deu certo até que em algum momento iniciam-se os atritos, conflitos, processos judiciais, etc.”

A importância da clareza cultural

Para que a empresa possa evoluir harmoniosamente, é essencial que todos os colaboradores, tanto os antigos quanto os novos, estejam alinhados com a cultura organizacional. Isso significa ter uma clareza cultural definida, que explique não apenas os seus valores e objetivos, mas também como estes se traduzem em condutas diárias.

No nosso artigo anterior, abordamos a importância da jornada do colaborador para o seu real engajamento, e aqui não é diferente, pois, quando clara e bem definida, a cultura ajuda a alinhar expectativas e comportamentos.

Novos colaboradores precisam deixar para trás as culturas das empresas de onde vieram e se adaptar à nova realidade, enquanto os antigos colaboradores precisam começar a se ajustar às mudanças e a nova cultura. Isso requer um processo de integração e reintegração bem estruturado, que facilite a transição e promova a compreensão mútua.

O líder reflete a cultura de uma empresa

Top-Down: a liderança representando a cultura

A mudança cultural deve começar de cima para baixo, pois cultura e liderança estão indissoluvelmente associadas. Os fundadores, sócios e diretores precisam exemplificar os valores e comportamentos desejados. Quando a liderança vive, de forma autêntica, os valores da nova cultura, isso se reflete em toda a organização, facilitando a disseminação e a sustentação do processo.

Se as lideranças não aderem às mudanças e a nova Identidade Cultural, dificilmente os colaboradores se sentirão motivados a fazê-lo também. Portanto, as lideranças alinhadas à Cultura da organização são os motores necessários para gerar crescimento para o negócio, sendo exemplo para toda a empresa de quais comportamentos são esperados, e que apoiam a organização a alcançar os seus objetivos e resultados.

Estudos da Harvard Business, como descrito no “Guia do Líder para a Cultura Corporativa, mostram que:

“quando adequadamente alinhada com valores pessoais, tendências e necessidades, a cultura libera enorme energia para um propósito comum e estimula a capacidade da organização de prosperar”.

No Instituto Mudita, sempre soubemos que construir a Identidade Cultural é apenas o primeiro passo, que o verdadeiro desafio está na disseminação e sustentação dessa cultura ao longo do tempo. Isso requer um esforço contínuo e consistente, envolvendo treinamentos, comunicações objetivas e frequentes, ações planejadas, e, mais uma vez, ressaltamos a integração da cultura em todos os processos e práticas da empresa.

As transformações de comportamento não acontecem da noite para o dia. Cada indivíduo tem o seu próprio processo de adaptação. É natural que algumas pessoas se adaptem rapidamente, enquanto outras podem levar mais tempo ou até resistir às mudanças. A empresa deve estar preparada para apoiar seus colaboradores durante essa transição, oferecendo suporte e recursos para facilitar a adaptação.

Um caso real

Nossa fundadora, Luana Pace, exemplifica este cenário vivido por uma empresa do segmento de resinas recicladas – transformação industrial.

“Um dos desafios culturais que a gente encontrou é que o dono era extremamente arrojado e desejava um crescimento rápido – até mesmo para novos mercados. Mas ele estava se deparando com uma cultura bastante estagnada, e por mais que ele tentasse gerar as mudanças, elas simplesmente não aconteciam”.

Luana lembra que parte disso se devia às muitas lideranças que estavam na empresa desde o seu início e que sempre se questionavam: “Se sempre funcionou assim, porque a gente não pode continuar fazendo assim?”.

Além disso, existiam também muitas pessoas da família, que misturavam as relações profissionais e pessoais, exigindo privilégios e regalias, que, por sua vez, geravam informalidade e ausência de profissionalismo.

“Este cenário é bastante comum em empresas familiares, no começo, como ela é menor e informal, os comportamentos familiares e profissionais se misturam. Com o crescimento e o aumento de colaboradores e novas lideranças, estes comportamentos passam a ser vistos como privilégios, favoritismo e ineficiência, o que gera desmotivação, conflitos internos, desgastes emocionais, centralização, e é bem comum a perda de talentos”, destaca Luana.

Fato é: o “jeitinho” que antes funcionava em uma estrutura menor e mais familiar não será mais suficiente em uma empresa em crescimento. É necessário profissionalizar a gestão e os processos. Isso significa adotar práticas mais formais e estruturadas, que garantam eficiência, transparência e consistência.

O crescimento demanda uma estrutura de processos mínima, com regras específicas, descrições de cargo bem definidas e uma visão sistêmica do negócio. Isso traz clareza sobre o papel de cada um na organização e facilita a comunicação e a colaboração entre os diferentes setores. Lembra da jornada do colaborador?

Na empresa do segmento de resinas recicladas, citada anteriormente, o Instituto Mudita primeiro desenvolveu um trabalho de autoconhecimento com o empreendedor para trazer clareza de propósitos e objetivos futuros, que impactam as decisões em relação a empresa. Questionamentos tais como: o que é importante para que o negócio continue fazendo sentido para você; o que é preciso manter, o que é preciso desenvolver, eliminar e mudar; onde o empreendedor deseja chegar; quais são os seus objetivos; para onde ele deseja crescer; quais são os valores que fazem sentido para a empresa; quais são os comportamentos que ele espera da liderança, etc.

“Em seguida, trabalhamos a relação dele com a família e as lideranças para estabelecer melhor esses pontos e a necessidade de profissionalismo. Após isso, iniciamos o processo de construção da Identidade Cultural, entendimento da cultura atual e planejamento dos desafios para a implantação da nova cultura. Respondendo a principal pergunta: como trazer clareza de objetivos e direcionamento para todos da equipe, com ênfase aos novos comportamentos esperados e alinhados com os objetivos da organização, frente a cultura existente na prática? Com os gestores, realizamos um trabalho de liderança mais consciente e conectada com as pessoas e o propósito da empresa, e a formação deles como multiplicadores e exemplo da cultura, Só então a nova cultura foi implantada.” conta Luana

LEIA AQUI COMO FUNCIONA A NOSSA CONSULTORIA DE CULTURA E LIDERANÇA

As armadilhas de um líder estagnado
Como superar as armadilhas da liderança estagnada

Nós já vimos que uma liderança presa a hábitos antigos, com medo da mudança, pode ser um dos maiores obstáculos ao crescimento e à inovação. Reconhecer e superar essas armadilhas é fundamental para garantir que sua empresa continue a prosperar.

Aqui estão três armadilhas comuns da liderança estagnada e como podemos superá-las.

  1. Relutância em implantar uma cultura de inovação

“Talvez devêssemos esperar mais um pouco”. Essa frase reflete uma liderança hesitante em adotar novas ideias e novos processos. A inovação é vital para a sobrevivência e crescimento no mercado atual, mas muitos líderes temem que mudanças drásticas possam desestabilizar o negócio.

No entanto, esperar demais pode fazer com que a empresa perca oportunidades valiosas e fique para trás em relação à concorrência.

Em nossos treinamentos, sempre trabalhamos com a mudança de comportamento através da reflexão e atividade “Deixar ir e Deixar vir”.

Vamos Praticar?

Deixe ir os velhos hábitos que não são saudáveis”, por exemplo: o medo da inovação.

Deixe vir novos comportamentos, hábitos e atitudes”, ou seja, abertura para o novo, por exemplo:

  • Diálogo aberto: ouça os colaboradores, quais são seus medos e receios com a cultura que está sendo apresentada. Mapeie os pontos de desafios sob a ótica deles.
  • Criando estratégias: crie estratégias para minimizar os impactos apresentados pelos colaboradores.
  • Visão clara de inovação: comunique a importância da inovação e como ela se alinha com os objetivos da empresa e como ela pode impactar positivamente o trabalho deles.
  • Projetos inovadores: comece com pequenos projetos piloto para testar novas ideias e minimizar riscos.
  • Cultura de experimentação: promova um ambiente onde os colaboradores se sintam seguros para experimentar e falhar, aprendendo com esses processos.
  • Monitoramento e ajustes: acompanhe de perto o processo de mudança cultural e faça ajustes conforme necessário. Utilize pesquisas de mapeamento cultural, clima organizacional e feedbacks dos colaboradores para medir o progresso e identificar áreas de melhoria.
  1. Resistência em repensar a concorrência e o modelo de negócio

“É mais seguro manter o que já comprovamos que funciona”. A complacência pode ser confortável, mas é perigosa em um mercado dinâmico. Ignorar novas tendências e não reavaliar o modelo de negócio pode resultar em perda de relevância e competitividade.

Deixe ir: manter-se fixo no que sempre funcionou e que pode impedir a empresa de se adaptar às mudanças do mercado.

Deixe vir:

  • Gere reflexões desafiadoras: que negócio ou inovação poderia tornar o meu negócio obsoleto hoje?
  • Análise de mercado: realize análises regulares do mercado para identificar novas tendências e oportunidades.
  • Benchmarking: estude os produtos e serviços da concorrência para identificar oportunidades de aprimoramento.
  • Flexibilidade estratégica: esteja disposto a ajustar a estratégia de negócios com base em novos insights e mudanças no ambiente competitivo.
  • Ajuste Cultural: reavalie a Identidade Cultural da empresa com base nos novos aprendizados para validar se ela atende as novas necessidades ou se precisa de revisão.
  1. Falta de Investimento em Desenvolvimento de Liderança

“Nossos líderes já têm experiência suficiente”. A suposição de que a experiência atual é suficiente pode ser uma grande armadilha.

Investir em programas de treinamento e desenvolvimento de liderança pode ajudar a aprimorar habilidades como comunicação, resolução de conflitos, gestão de pessoas, tomada de decisões e planejamento estratégico. A liderança tem a principal atuação no desenvolvimento de pessoas, portanto ela precisa ser desenvolvida prioritariamente.

Então, deixe ir a liderança obsoleta, na zona de conforto, e ineficaz.

Deixe vir:

  • Escuta ativa: ouça as lideranças, suas dores e seus desafios, para mapear quais são suas reais necessidades e como os treinamentos podem apoia-las.
  • Programas de desenvolvimento: ofereça treinamento regulares para todos os níveis de liderança, atendendo desafios e necessidades dos líderes e da organização.
  • Mentoria: implemente programas de mentoria para ajudar os líderes a crescerem e se adaptarem a novas responsabilidades e novos comportamentos.
  • Feedback e avaliações: crie um sistema de feedback contínuo para identificar pontos de melhoria e apoiar o desenvolvimento dos líderes.
  • Não passe por esse desafio sozinho: construa parceiros estratégicos, como o Instituto Mudita, para apoiá-lo nesta jornada.

Vimos que o crescimento de uma empresa é um momento de celebração, mas também um desafio, especialmente no que diz respeito à liderança e cultura organizacional. Com uma abordagem humana, estratégica, prática e individualizada, o Instituto Mudita, através de consultorias, treinamentos e programas, alinha todos os níveis da organização e promove uma cultura forte e coesa que sustenta o crescimento e o sucesso do seu negócio a longo prazo.

Nós te convidamos a entrar em contato conosco através do nosso WhatsApp, para descobrir como podemos apoiar você e a sua empresa nesta jornada.

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